sexta-feira, 5 de março de 2010

Por que o Estágio para quem já Exerce o Magistério: Uma Proposta de Formação Contínua

“Somos sempre aprendizes da profissão e estagiários da vida.”

Síntese do texto de: Selma Garrido Pimenta e
Maria Socorro Lucena Lima


Este texto pretende refletir sobre o estágio como possibilidade de ressignificação da identidade e numa proposta de formação contínua para professores que já estão no exercício do magistério. Nesse contexto o profissional do magistério que se vê diante do estágio supervisionado em um curso de formação docente precisa, em primeiro lugar, compreender o sentido e os princípios dessa disciplina, que, nesse caso, assume o caráter de formação contínua, tendo como base a idéia de emancipação humana.

Assim, quando os professores-alunos são convidados a trabalhar os conteúdos e as atividades do estágio no campo de seu conhecimento específico, percebem que os problemas e possibilidades de seu cotidiano serão debatidos, estudados e analisados à luz de uma fundamentação teórica e , assim, fica aberta a possibilidade de se sentirem co-autores desse trabalho.

Além disso, a função do professor orientador do estágio será à luz da teoria, refletir com seus alunos sobre as experiências que já trazem e projetar um novo conhecimento que ressignifique suas práticas, considerando as condições objetivas, a história e as relações de trabalho vividas por esses professores-alunos.

Dessa forma, segundo as autoras, o estágio passa a ser um retrato vivo da prática docente e o professor-aluno terá muito mais a dizer, a ensinar, a expressar sua realidade e a de seus colegas de profissão, de seus alunos, que nesse mesmo tempo histórico vivenciam os mesmos desafios e as mesmas crises na escola e na sociedade.

Dentro desse contexto as autoras apontam o estágio como possibilidade de formação continua e de desenvolvimento profissional do professor, que segundo Pimenta e Libâneo (1999, p.268), sua “formação inicial e contínua articuladas a um processo de valorização identitária e profissional”. A dinâmica de formação contínua pressupõe um movimento dialético, de criação constante do conhecimento novo, a partir da superação (negação e incorporação) do já conhecido.

Pelo exposto, o estágio para professores-alunos que já exercem o magistério tem seu sentido e significado a partir da natureza do trabalho docente, que requer constante revisão das práticas, no sentido de tornar o professor um sujeito que constroem conhecimentos, com capacidade de fazer análise de sua prática fundamentado em um referencial teórico que lhe permita, como resultado, a incessante busca de educação de qualidade e as escolas será sempre o ponto de partida e de chegada nos estágios e nas ações de formação contínua de professores.

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena Lima. Estágio e Docência. São Paulo: Editora Cortez, 2004

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